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Mulheres na Ciência

Mulheres da ciência e as marcas deixadas por algumas delas ao longo da história!


A presença de mulheres, e seus feitos, em diversas áreas e ramos, durante muito tempo foi apagada e até mesmo proibida. Porém, a participação feminina nas Ciências é algo que remonta desde a antiguidade e vem conquistando seu espaço e reconhecimento ao longo dos tempos. Apesar disso, as mulheres ainda são muito afetadas pelo machismo e desigualdade.

A crença de que mulheres não pertencem a ambientes de estudo e trabalho, mas sim a ambientes domésticos, perdura há muitos anos, contudo, a construção de lutas feministas contra estas crenças por meio de movimentos plurais, conquistaram direitos por e para as mulheres e seguem em constante transformação.

Na ciência, muitas mulheres deixaram suas marcas, em campos da Física, Biologia, Química, Engenharia, Matemática, Engenharia da Computação, entre outros. Nos campos da genética, fisiologia e farmacologia, as mulheres foram imprescindíveis para o avanço dos conhecimentos sobre o corpo humano, como também sobre os microrganismos, o que permitiu o desenvolvimento de novas terapias contra doenças infecciosas. Neste contexto citaremos algumas das nossas grandes inspirações na modernidade e falaremos sobre a marca deixada por elas na história da humanidade. Mas é importante lembrar que as mulheres vêm escrevendo história há muito mais tempo.

Hipátia de Alexandria, nascida no ano 370, no Egito, por exemplo, foi a pesquisadora mais famosa da antiguidade, ela estudava astronomia, física, matemática e filosofia e ficou conhecida pela invenção do densímetro, instrumento que possui a função de medir a densidade de líquidos. Quando seus estudos foram descobertos, Hipátia foi assassinada (em 416) por um grupo de cristãos, que consideraram sua pesquisa heresia e a condenaram à morte.

No século XIX e início do século XX, nos Estados Unidos e na Europa, começa a primeira Onda Feminista, em que as mulheres lutam por igualdade de direitos em relação aos homens, motivada por insatisfação com diferenças contratuais, casamentos forçados e proibição do direito a escolhas sobre suas próprias vidas, pois nesta época, por exemplo, as mulheres precisavam da permissão de seus maridos, ou pais, quando solteiras, para trabalhar.

Com o crescimento rápido do sistema capitalista e sua consolidação, vários avanços tecnológicos nas indústrias foram feitos. Para acompanhar esse crescimento e suprir a falta de mão-de-obra, foi conveniente que as mulheres passassem a ser recrutadas ao trabalho, porém, a desigualdade era discrepante, e se mantém até os dias atuais, com salários incompatíveis com os dos homens e cargas horárias extenuantes.

Foi nos períodos das Grandes Guerras que o cenário começou a mudar, pois os homens iam para os campos de batalha enquanto as mulheres ficavam responsáveis pelo trabalho e sustento da família.

Mais recentemente, as mulheres que fizeram história na Ciência e que amamos e admiramos foram:


- Matilda Moldenhauer Brooks (1888-1981), formada pela Universidade Harvard em Biologia e Biologia Celular, fez a descoberta, em 1932, de que o composto de coloração azul de metileno é também um antídoto ao envenenamento por monóxido de carbono e cianeto.

- Marie Sklodowska Curie (1867-1934), descobriu dois novos elementos químicos: o polônio e o rádio. Marie Curie foi a primeira mulher a receber um Prêmio Nobel e recebeu o Prêmio duas vezes ao longo de sua vida.

- Gertrude Elion (1918-1999), foi rejeitada em 15 programas de pós-graduação por ser mulher, aceitou, então, ser assistente de laboratório mesmo sem remuneração, anos depois, se associou ao grande grupo farmacêutico Burroughs-Wellcome. Nos anos 50, ela participou do desenvolvimento de um método esquemático para produção de fármacos, o que a permitiu produzir drogas contra leucemia, gota, rejeição ao transplante e infecção por herpesvírus, como o aciclovir. Gertrude foi laureada com o Prêmio Nobel de Medicina em 1988.

- Françoise Barré-Sinoussi (1947), recebeu o Nobel de Medicina de 2008 pela descoberta do vírus da imunodeficiência humana, o HIV, com seu mentor Luc Montagnier, feita em 1983, época em que estava ocorrendo a grande epidemia de AIDS. Conhecer o agente infeccioso foi de extrema importância para possibilitar o avanço no desenvolvimento de métodos terapêuticos para o combate à doença. Ainda na graduação, Françoise se interessou pelo mundo científico e procurou por estágio em muitos laboratórios, o que, segundo ela, foi difícil por ser mulher e muito nova. Após meses de rejeição, finalmente foi admitida em um dos maiores centros de pesquisa do mundo, o Instituto Pasteur, na França, onde desenvolveu toda sua carreira.


- Tu You-You (1930), nascida na China, sua família sempre valorizou muito sua educação, porém, ela precisou fazer uma pausa de dois anos em seus estudos quando contraiu tuberculose aos 16 anos. Quando voltou a estudar, sabia que queria estudar para encontrar a cura para doenças como a que a afligira. Em 1971, Tu You-You aperfeiçoou uma metodologia a baixa temperatura para purificar o extrato de absinto doce, aumentando sua eficácia e reduzindo drasticamente sua toxicidade. Em 1972, ela obteve a artemisinina na forma de substância farmacêutica pura, e descobriu sua estrutura química. Em 1973, Tu You-You realizou outras experiências com artemisinina e produziu acidentalmente um novo medicamento, a dihidroartemisinina, revelando que ambas são altamente eficazes em preparações antimaláricas, estes medicamentos passaram a fazer parte do tratamento anti-malárico padrão em todo o mundo. Youyou Tu foi laureada com o Nobel de Medicina de 2015.


- Katherine Johnson (1918-2020), trabalhou 33 anos na NASA, onde quebrou diversas barreiras que eram impostas às mulheres dentro da agência, sendo uma mulher negra. Começou trabalhando como computador humano (pessoa que faz cálculos) e, logo depois, por conta do seu talento, começou a participar das reuniões e de projetos maiores. Sua persistência fez com que ela fosse promovida a líder de cálculos de trajetória e fosse incluída em equipes de missões para a Lua e Marte.


- Nise da Silveira (1905-1999), cursou Medicina na Faculdade de Medicina da Bahia, aos 21 anos, e dedicou a sua vida à psiquiatria. A médica ficou conhecida por ser contrária às formas agressivas de tratamento, como eletrochoques, confinamento e lobotomia. Além disso, ela foi a pioneira nas pesquisas das relações emocionais entre pacientes e animais. Em reconhecimento ao seu trabalho, Nise recebeu diversos títulos e premiações.


- Sônia Guimarães (1957), mulher negra, concluiu a faculdade de física em 1979 e em 1989 se tornou a primeira mulher negra brasileira a se tornar doutora pela University of Manchester Institute of Science and Technology, na Inglaterra. Ela também passou a lecionar no ITA (Instituto Tecnológico da Aeronáutica), em 1993, quando era uma das poucas mulheres no campus, pois o instituto só passou a aceitar o ingresso de alunas em 1996.

Sônia continua usando sua voz na busca pelo fim das desigualdades raciais e de gênero nas ciências, participando de projetos que visam incentivar as meninas a se interessarem pelas ciências exatas e também pelo empreendedorismo.


Referências



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