Saiba mais sobre o vírus HPV e a necessidade de novas estratégias terapêuticas.
O papilomavírus humano (HPV) é um grupo de vírus transmitido sexualmente através do contato direto com pele ou mucosa infectadas, ou feridas na área genital, oral e anal. As infecções pelo HPV acometem mulheres e homens e é considerada uma doença silenciosa, pois apenas 5% dos infectados costumam apresentar efeitos diretos e “visuais” do vírus, como verrugas na região genital, boca e garganta (1). Essas infecções são classificadas em dois tipos: transientes e persistentes. Quando a infecção é eliminada por completo do organismo, regredindo espontaneamente e sem intervenção médica, é considerada transiente ou transitória. Porém, quando é causada por um subtipo viral oncogênico (isto é, com potencial de causar câncer) e a infecção primária persiste, podem ocorrer danos do epitélio, levando ao desenvolvimento de lesões precursoras. Nos casos onde essas lesões precursoras não são identificadas e tratadas rapidamente, pode haver a progressão para o câncer (2).
Existem mais de 200 genótipos do HPV, dentre eles, 12 são considerados oncogênicos. Quando há infecção pelas formas oncogênicas do vírus, o caso é mais grave. Os tipos 16 e 18, considerados de alto risco, se destacam como os principais agentes etiológicos para o câncer cervical, presente em 99% dos casos clínicos, com crescentes evidências que relacionam o vírus também a cânceres de ânus, pênis e vagina (2).
A infecção pelo HPV é muito comum e é considerada a segunda causa mais frequente associada a câncer em humanos. No Brasil, em 2017, a prevalência de infecções por HPV foi de 54,6% entre os jovens com idade de 16 a 25 anos. E 38,4% do total de casos possuía um dos tipos mais agressivos do HPV, capaz de causar câncer (2).
Como estratégia para o controle do câncer cervical no Brasil, existe um plano de prevenção e diminuição da incidência deste e de outros tipos de câncer induzidos pelo HPV. Ele se baseia no fornecimento da vacina Gardasil oferecido pelo Programa Nacional de Imunização, recomendado para meninas com idade entre 9 e 13 anos e meninos com idade entre 11 e 14 anos. Contudo, as vacinas profiláticas apresentam maior benefício para indivíduos que ainda não foram infectados pelo vírus, e devido à baixa cobertura vacinal no Brasil, a incidência de câncer associado ao HPV ainda representa um problema de saúde. Outra estratégia, é a recomendação do exame citopatológico periódico em mulheres assintomáticas com idades entre 25 e 64 anos. Por meio desses exames, é possível detectar e monitorar lesões pré-malignas ou tumores em estágios iniciais, contribuindo para o diagnóstico precoce da doença. O exame pode ser feito em postos ou unidades de saúde da rede pública, e realizá-lo de forma periódica permite diminuir a incidência e a mortalidade pela doença (2).
Para o tratamento de tumores induzidos por HPV, são realizados atualmente, quimioterapia, radioterapia, cirurgia ou até a combinação desses métodos (3). Contudo, estas estratégias são muito invasivas e provocam diversos efeitos colaterais, atingindo de forma significativa a qualidade de vida dos pacientes. Além disso, esses tratamentos não agem especificamente nas células tumorais, ou seja, podem causar morte ou remoção de tecidos saudáveis (4). Dessa forma, a necessidade de tratamentos que sejam menos agressivos e que atinjam de forma mais específica as células tumorais, tornando-os menos prejudiciais à saúde do paciente, tem aumentado nos últimos anos.
Neste contexto, pensando em proporcionar maior qualidade de vida aos pacientes com este tipo de câncer, a ImunoTera vem estudando ao longo dos últimos anos, estratégias terapêuticas que sejam capazes de restaurar e ativar funções do sistema imune para tratar lesões associadas ao HPV. A vacina terapêutica da ImunoTera, em fase pré-clinica, apresentou sinergismo com outros tratamentos, como a quimioterapia, com alta eficácia no combate ao câncer induzido por HPV. Saiba mais sobre nossa plataforma clicando aqui.
Referências
1. Zhai K, Ding J, Shi HZ. HPV and lung cancer risk: A meta-analysis. J Clin Virol [Internet]. 2015;63:84–90. Available at: http://dx.doi.org/10.1016/j.jcv.2014.09.014
2. Instituto Nacional do Câncer. Estimativa Incidência de Câncer no Brasil - Biênio 2018-2019. Vol. 1, Inca. 2018. 124 p.
3. Zhou C, Tuong ZK, Frazer IH. Papillomavirus Immune Evasion Strategies Target the Infected Cell and the Local Immune System. Front Oncol [Internet]. 2 de agosto de 2019;9(August). Available at: https://www.frontiersin.org/article/10.3389/fonc.2019.00682/full
4. Cts EFFE, Pati IN, Und ENTS, Ch ER, Rapy RE. Efeitos colaterais da terapia antitumoral em pacientes submetidos à químio e à radioterapia. 2005;(1999):55–61.
* Imagem Freepik
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