A incidência da infecção e do câncer causados pelo papilomavirus humano, o HPV, vem aumentando ao longo dos anos. As infecções podem ser classificadas como transientes, quando o HPV é eliminado espontaneamente pelo sistema imune, ou persistente, quando a infecção persiste e geralmente é causada pelos tipos oncogênicos do vírus, isto é, que são capazes de levar ao desenvolvimento do câncer (1). Das pessoas infectadas, apenas 5% apresentam sintomas, lesões ou verrugas na região anogenital (2). As verrugas são tecnicamente denominadas condilomas acuminados e popularmente chamadas de "crista de galo", "figueira" ou "cavalo de crista". Têm aspecto de couve-flor e tamanho variável. Para seu diagnóstico, devem ser realizados exames urológicos (pênis), ginecológicos (vulva) e dermatológicos (pele) (3). Por outro lado, lesões precursoras, conhecidas como neoplasias intraepiteliais, são consideradas subclínicas e não são visíveis ao olho nu. Essas lesões podem ser encontradas em ambos os sexos: no colo do útero, vagina, orofaringe, vulva, pênis, bolsa escrotal, entre outros. Com isso, a realização de exames diagnósticos preventivos se tornam cada vez mais necessários.
O diagnóstico das lesões do colo do útero se faz através de exame citopatológico (exame preventivo de Papanicolau), exame histopatológico (biópsia) ou por meio do uso de instrumentos com poder de magnificação (lentes de aumento), após a aplicação de reagentes químicos para contraste (colposcopia) (3). Estes testes permitem classificar as neoplasias em Neoplasia Intraepitelial Cervical grau I (NIC 1; com baixa probabilidade de se tornar câncer) (3), NIC 2 e NIC 3, sendo que estas últimas são consideradas lesões precursoras do câncer cervical induzido pelo HPV (3). Os graus da neoplasia representam o nível de comprometimento do epitélio (1/3, 2/3, 3/3), sendo que quanto maior o grau, maior é a alteração do tecido epitelial. Outra modalidade de diagnóstico é a detecção do HPV no organismo (mesmo que não haja sintomas da da sua presença) através da identificação do DNA viral. Para isso, podem ser realizados exames laboratoriais de diagnóstico molecular, como o teste de Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) e o teste de captura híbrida, que permitem identificar 18 tipos do HPV e ainda dividi-los em alto (16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56, 58, 59 e 68) ou baixo risco (6, 11, 42, 43 e 44) (4). Todos esses exames estão disponíveis gratuitamente no SUS e fazem parte da estratégia de rastreamento e prevenção do câncer do colo do útero causado pelo HPV, do Ministério da Saúde.
É importante ressaltar que o diagnóstico precoce ainda é a melhor estratégia para evitar o desenvolvimento de lesões e do câncer do colo do útero. Consulte periodicamente o seu ginecologista!
Referências
1. Instituto Nacional do Câncer. Estimativa Incidência de Câncer no Brasil - Biênio 2018-2019. Vol. 1, Inca. 2018. 124 p.
2. Zhai K, Ding J, Shi HZ. HPV and lung cancer risk: A meta-analysis. J Clin Virol [Internet]. 2015;63:84–90. Available at: http://dx.doi.org/10.1016/j.jcv.2014.09.014
4. RODRIGUES, Ana Lídia Nascimento; ROCHA, Márcia Santos da., A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO DE HPV NA DETECÇÃO DE CÂNCERES CERVICAIS.
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